Entre os 7 dons do Espírito Santo reconhecidos pela Santa Igreja e presente nas Sagradas escrituras, está o dom da piedade.
Este dom, para nós carismáticos, é por excelência a expressão daqueles que se deixam ser movidos pelo Espírito Santo. Pois, Ele habita em nós e nos recorda que somos filhos de Deus e, portanto, podemos chamá-Lo de Pai, ou como diz na palavra, Paizinho.
“Recebestes o espírito de adoção filial, pelo qual bradamos: “Abbá, ó Pai” (Rm 8, 15)
Dessa maneira, se você deseja relacionar-se com Deus e amá-lo por aquilo que Ele é, dando-o toda honra e glória, deve desejar ardentemente o dom da piedade.
Saiba mais sobre o dom da piedade e como alcançá-lo a partir da leitura deste texto.
O que é o dom da piedade
O dom da piedade é um dom infuso ou de santificação, ou seja, dado por Deus, esse dom opera em nós para nos conduzir à santidade.
A palavra “piedade” vem de pio e significa “aquele que tem amor filial para com seu pai”.
Sendo assim, o dom da piedade nos faz reconhecer a paternidade de Deus, por nós, mas também pelo nosso próximo.
E, como nos ensina o Papa Francisco, significa ser:
“(…) capaz de se alegrar com quantos estão alegres, de chorar com quem chora, de estar próximo daquele que está sozinho ou angustiado, de corrigir quantos erram, de consolar quem está aflito, de acolher e socorrer aquele que está em necessidade.”
Dessa forma, aquele que o possui realiza todas as coisas com amor de filho. Ou seja, sem interesses de recompensa para si mesmo, pois o que mais deseja um filho é ver o seu pai honrado.
Sendo assim, o dom da piedade nos leva a querer a glória de Deus e fazer tudo para que Deus seja glorificado.
A melhor maneira de darmos a Deus a glória que lhe é devida é fazendo a Sua vontade e também levar a outros a reconhecer a vontade divina em suas vidas. É por isso que uma pessoa piedosa não somente busca a sua santificação, mas, também, trabalha pela santificação dos outros.
Leia também: Os Dons do Espírito Santo como caminho de santificação
Como alcançar o dom da piedade
Nos tempos de hoje, devemos buscar verdadeiramente o dom da piedade, pois a Palavra de Deus nos diz que existe uma falsa piedade:
“Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!” (2 Tm 3,1-5).
Diante disso, devemos compreender que a piedade não se inventa, mas, por ser dom de Deus, é uma graça que devemos suplicar. Entretanto, não é porque se trata de um dom que não devemos fazer a nossa parte.
A busca pela piedade faz com que deixemos todas as nossas boas ações estejam repletas de amor. Dessa forma, tudo aquilo que fazemos por Deus e para Deus deve estar repleto de zelo e fidelidade.
A vida sacramental, a adoração ao Santíssimo Sacramento, a nossa oração pessoal, o desejo de pregar a Palavra de Deus etc., tudo deve reverenciar a Deus.
A cada dia torna-se mais necessário reconhecer as coisas de Deus como algo sagrado. Pois, a frieza do coração transformou as práticas espirituais, em muitos de nós, em atos mecânicos. Ou seja, já não se vive a ação do Espírito Santo e as coisas de Deus por amor, mas por mero costume.
Dessa forma, o dom da piedade reacende em nós o ardor em fazer as mínimas coisas com diligência e com total doação de coração.
Assim, à medida que orientamos nossas atitudes para a glória de Deus e para o bem do outro, consequentemente nos abrimos ao dom da piedade.
A confiança em Deus e a santidade
Se o dom da piedade nos coloca como filhos de Deus, devemos confiar como filhos.
A grande característica presente em um filho é a confiança em seu pai. Através de um relacionamento profundo de pertença e amor, o filho por saber que é amado e confia cegamente em seu pai.
Dessa maneira, esse dom nos leva a lançar-nos na vontade divina tendo a certeza que o que a vontade de Deus é perfeita.
Assim, o cristão piedoso deseja ardentemente viver a vontade de Deus confiando cada um de seus passos e as suas ações ao Senhor.
Um grande exemplo de alma piedosa é Santa Terezinha de Lisieux, que deixou para nós a espiritualidade da infância espiritual.
Através da infância espiritual, a santa Carmelita viveu a piedade fazendo a vontade de Deus em cada uma de suas ações. Rezando, cozinhando, varrendo e até mesmo nos momentos de lazer dentro do convento.
Essa via de confiança de Terezinha que a fazia viver cada momento de seu dia sob o olhar cuidadoso do Pai do céu fez dela uma alma altamente piedosa e posteriormente uma das grandes santas de nossa Igreja.
Portanto, o dom da piedade nos faz agir como filhos amados de Deus tendo sempre as coisas santas como a maior riqueza de nossas vidas.
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